A Revolução Industrial é um conjunto de mudanças que aconteceram e continuam acontecendo na esfera produtiva, elevando o nível de produtividade e transformando os processos. Compreende um conjunto de eventos que vem se desdobrando desde o século XVIII.
Atualmente a Revolução Industrial é dividida por quatro fazes de aprimoramento:
Fase 1 ou 1a Revolução Industrial – Começou em 1780. Caracterizada pela criação e aprimoramento das máquinas a vapores e teares mecânicos. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas, com o foco no aumento da produtividade.

Fase 2 ou 2a Revolução Industrial – Começou em 1870. Caracterizada pela utilização do aço, energia elétrica e combustíveis fósseis. O foco ainda era o aumento da produtividade e o avanço na escala de produção.
Fase 3 ou 3a Revolução Industrial – Começou em 1970. Caraterizada pelo avanço das tecnologias de informações, computadores, internet e robótica na manufatura. O foco era agilidade, qualidade e informações para tomar decisões a fim de gerar conhecimento.

Fase 4 ou 4a Revolução Industrial (Indústria 4.0) – Começou por volta de 2010. Caracterizada pelo avanço da inteligência artificial, internet das coisas, e processos de manufatura descentralizados. O foco é inovação, rapidez, principalmente diante de um mundo em que a economia compartilhada é cada vez mais presente e, em um cenário VICA – Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo.
Indústria 4.0
O termo “Indústria 4.0” ou “Quarta revolução industrial” foi criado pelo Klaus Schwab, economista e engenheiro suíço, que fundou o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. A ideia é a de que as grandes indústrias, que antes geravam milhões de empregos, agora, através da tecnologia, reduzirá dramaticamente a quantidade de trabalhadores em seu sistema fabril. Tudo isso devido a utilização das tecnologias e do entendimento, utilização, da inovação.
A Indústria 4.0 se caracteriza pela execução de “fábricas inteligentes”, com as suas estruturas modulares e sistemas ciber-físicos, que monitoram os processos físicos e criam uma cópia virtual do mundo físico para decisões descentralizadas.
A comunicação, a solução dos problemas e o fortalecimento das relações entre clientes, trabalhadores, sindicatos, entidades de classe, fornecedores, governos e parceiros (stakeholders), se dará por tempo real, de forma ágil e direta.
O contexto da indústria de Cláudio/MG.
É interessante observar que atualmente a indústria de Cláudio/MG compete não apenas com indústrias nacionais mais com asiáticas também. Inclusive, muitos de sua matéria prima e material secundário, tem cotações internacionais ou são produtos importados, portanto a qualidade em atender e fabricar os produtos devem ser de alto padrão para que novos clientes, parceiros e mercados sejam conquistados e fidelizados.
Estamos, porém, com um pensamento antiquado diante de um mundo que não para de inovar e adotar a indústria 4.0. Nossas industrias (boa parte delas) não tem robôs na produção, não tem certificações de qualidade, não tem mão de obra qualificada, não tem métricas ou processos que privilegiem a qualidade da fabricação e atendimento aos clientes. É triste dizer, mas, a indústria do município, está na fase da 2a revolução industrial e na fase 2.0 do marketing, em que a preocupação é unicamente custos (salva raras exceções).

A indústria claudiense precisa, urgentemente, saber o que alcançar, quais objetivos conseguir, que estratégias definir, e o que fazer para modernizar (pessoas x processos x estratégia) sua indústria para se tornar competidora a nível nacional e internacional.
Mas para isso tem que: modernizar o parque industrial, qualificar os trabalhadores, formar parcerias estratégicas, ter um excelente relacionamento com fornecedores, investir em ERP (Enterprise Resource Planning, se refere a soluções informatizadas de gestão de processos organizacionais), investir em CRM (Customer Relationship Management, que consiste em um sistema de gestão de relacionamento com os clientes) , modernizar ou criar a área de gestão de pessoas, ter uma relação ganha-ganha com seus parceiros (incluindo trabalhadores), e fazer um planejamento estratégico.
No geral, são muitos pontos a serem abrangidos, o que requer muito trabalho não apenas das empresas, mas também das instituições locais para viabilizarem esta empreitada em direção à modernização produtiva. Precisa ter muita energia e motivação, mas os resultados valerão a pena!
“A ÚNICA CONSTANTE QUE TEMOS É A MUDANÇA” – Heráclito de Éfeso. (500 a.C. – 450 a.C.)
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Caminhos para o desenvolvimento: o caso de Cláudio (MG)
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Parabéns Júlio realmente as empresas precisam treinar melhor os funcionários e dar a eles bonificação caso bata metas , tudo dentro da segurança com o trabalhador ,com bons empregados bem preparados e máquinas novas a empresa tende a crescer
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Realmente Antonieta Fonseca. Colaboradores motivados e felizes ao trabalhar faz com que a produtividade aumente, os acidentes e absenteísmos diminuam e com isso serviços e produtos são produzidos com mais qualidade, o que gera clientes felizes, colaboradores felizes e empresas com dinheiro em seu caixa para sempre crescer e oferecer novas oportunidades a sociedade.
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Parabéns pela síntese Júlio, eu nunca deixaria de fora o lean thinking, que é a forma mais ágil e menos arriscada das empresas do futuro inovarem.
abraço
Luiz Augusto – Lula
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Verdade Luiz Augusto. O Lean é uma ferramenta muito útil, e olha que não é nova, mas nem por isso moderna e eficiente, para as empresas aumentarem sua produtividade, evitar desperdício e melhorar a movimentação dentro do ambiente produtivo.
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Parabéns Júlio, muita sensibilidade na captação da realidade e muito bem escrito, acredito que os empresários de Cláudio ao lerem essa matéria com certeza buscarão novos caminhos, o que será bom para as empresas, funcionários e para a cidade.
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Verdade Severo, nosso intuito é debater a indústria de Cláudio/MG e seus desafios nesse mercado de hipercompetição. Muitas oportunidades surgem nesse momento, mas para isso temos que “suar muito a camisa”.
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olá Júlio,
li e reli sua analise, gostei do seu olhar sobre a indústria;
muito obrigado por nos ajudar evoluir e ter essa sensibilidade sobre o mercado.
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Que bom que gostou Isac Fernandes. Realmente essa discussão é necessária fazermos.
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